segunda-feira, 16 de julho de 2012

- Não?
- Não. O que eu quero eu tenho. Te quero assim, às vezes, por pouco tempo. Te quero longe. Te quero não só meu, mas meu quando te tenho e, aí, sim, só meu mesmo. Não te tendo o tempo inteiro, te tenho sempre, do jeito que eu gosto. Às vezes te quero mais do que te tenho - saudade. Às vezes sinto tua falta mais do que deveria. Mas fazer o quê? Eu me apego.
- Eu...
- Não diz nada. Até a próxima oscilação.
- Da Terra?
- Não.
- Do tempo?
- Do teu humor.
Esse olhar que me olha
Que eu não consigo decifrar
Olha como quem perdeu e não gostou
Ou olha como quem não gosta e não quer

Não consigo ler o que teus olhos dizem
Os olhos que olham,
E quando pego,
Me fogem o olhar

Os olhos que despistam, viram, piscam
Percebo e tu disfarça
Foge da cena, vira a cara

Não consigo entender o que teus olhos dizem
Se é um convite pra ir
Ou pra me afastar.
Acordei no meio da noite com uma sensação estranha.
Eram 4:10 da manhã e eu tava com a cabeça virada pra parede, com a barriga pra baixo. Apalpei a parede diante do meu rosto pra verificar a que distância me encontrava dela. Quando percebi que tava perto, vi que teria espaço suficiente do meu lado direito pra ele deitar, e passei minha mão pelo travesseiro pra ver se não tava mal distribuído. Tava parelho. Tendo me assegurado do espaço confortável que ele ocupava, estiquei o braço por sobre suas costas. Apalpei o lado direito do meu colchão e levantei a cabeça, aturdida, abrindo os olhos: ele não tava ali. Ao me indagar aonde ele fora, lembrei que dormira sozinha.