segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Sucumbir ao amor é despencar para fora de si”

Eu achava que tínhamos nos apaixonado aos poucos,
entregado-no-mos aos poucos

- Mas eu catalisei a concretude quando te dei a outra face.

Despenquei em teus braços
à mercê de teus cuidados

Me entreguei por completo,
de uma vez por muitas
E tu me recebeste,
definitivamente.

Me rasguei diante de ti e te mostrei o meu Dentro
como quem pergunta: tens certeza?
E tu te incumbiste de beijar cada ferida.

Eu supliquei por carinho como quem o nega por medo
e tu não me decepcionaste –
afagaste minha alma e exaltaste meu corpo.

Te dei todo meu amor,
em todas as formas a que me pertence
E tu,
mais uma vez,
recebeste-o
de braços abertos
Ou de olhos fechados
para não me enxergares apunhalar-nos.

Hoje,
tento despencar menos para fora de mim
Tento abrir espaço oco
para te alojar,
Inteiro,

bem como te amo.